Por vezes tenho vontade de mandar o mundo à merda. Mandar tudo pró caralho.
Pensar noutro mundo, é o que se faz quando estamos farto deste: criamos outro.
Tenho criado mundos, alternativos, pequenas bolhas, esferas de intimidade, onde uma nova personagem pode existir.
De tantas realidades criadas que me perdi.
Hoje encontrei-me numa fotografia muito antiga de mim em criança. Perdido também, aliás, perdidos também, olhámos um para o outro, perguntando o que é feito de nós, da nossa infância, da nossa juventude, das nossas vidas.
Gostava de saber onde arrecadei o meu sorriso, onde pus as minhas lágrimas.
Tanto tempo despendido a esquecer o passado que fiquei sem memorias.
As memorias de tudo.
Como se o vento as tivesse inevitavelmente levado.
Damos por nós agora, olhando um para o outro, perdidos sem saber das nossas vidas.
Este paradoxo em que me meti, faz-me agora mergulhar num estranho manto de escuridão, irreal e absurdo.
De costas para o passado, pode ser um sitio bem gelado.
Apesar de todas as luzes, dos enfeites, dos bonecos sorridentes que mais parecem monstros, de todo o vermelho, de toda esta maquiavélica encenação: o frio penetra.
Um frio que não se resolve, que não se vê, que não se descreve.
O nosso olhar fica distante porque na verdade estamos noutro sitio, noutra dimensão, inegavelmente diferente desta.
Uma parte para aquele sitio que existe quando fecho os olhos, sem na verdade os fechar, porque ainda acontece por vezes viajar para dentro dele de olhos abertos, outras por vezes surgem pela noite dentro, e essas são de facto aquelas que queríamos que desaparecessem.
Ciclicamente tudo tende a desmoronar-se e de novo temos de tudo reconstruir.
Mas pelo caminho vamos perdendo as peças, e o quadro começa a ficar cada vez mais confuso e abstracto, porque na verdade faltam peças.
Eu sabia que tudo isto iria acontecer, um dia. Naquela fotografia, eu já sabia...
11 comentários:
Boas festas
é assim o natal deprime me nos a todos especto o puto de 9 anos que vai receber o ben10 em brinquedo!
( e a luna que vai comer molotof)
Eh pá, oh Masquediabo... que grande seca que tu és. E mórbido...
Credo!
isto é tão not-vamos-dar-uma-?. credo.
e eu tb acabo com "credo"
Pensar noutro mundo, é o que se faz quando estamos farto deste: criamos outro.
Tenho criado mundos, alternativos, pequenas bolhas, esferas de intimidade, onde uma nova personagem pode existir.
Tás perdido não te deram uma
Deram-te várias
A vida tal como as gadjas é assim
é o mais bonitinho de tudo
é um grande pequeno continho
de Natal
... e um feliz ano novo!
UM SANTO E FELIZ NATAL!
Abraço dado com o coração...
Muitos Beijinhos em e de paz*
feliz ano novo só em 2222
2112 também não vai ser mau
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